instituto de estudos da competitividade


     
     
     
     
     
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O FUTURO NOS PERTENCE

O Darwin nosso de cada dia...

De todas as teorias científicas a que mais me impressiona pela sua estabilidade, pela sua coesão, é a teoria Darwinista, e por partir de uma descrição utilitarista do funcionamento do mundo natural (aspecto iluminista), ela cause tamanho impacto nas ciências em geral, mais especificamente na economia. Adaptação, seleção, competição, são termos freqüentemente utilizados para explicá-la. Sabemos que todos os seres vivos competem por recursos escassos, competem entre si, entre outras espécies, enfim, competem incessantemente, e o homem em sua interação com o meio, não é diferente.

Mas será que eles só competem?

De fato não. Todas as organizações naturais, seres vivos ou espécies, além de competirem, interagem, formando relações sociais de cooperação. A relação da emba-úba (uma árvore) com certo tipo de formigas é um exemplo. As formigas constróem seu formigueiro dentro dos troncos deste vegetal de folhas prateadas e galhos ocos e em troca do abrigo as formigas protegem a planta. Este tipo de relacionamento é chamado de simbiose.

A competição eleva o grau de eficiência do indivíduo, mas torna o ambiente geral mais hostil, já a cooperação torna o ambiente menos hostil aos seus participantes, promovendo desenvolvimentos que fogem à dinâmica individual. A competição irrestrita ou a cooperação irracional, desmedida, levam ambas, a degradação das espécies envolvidas e do meio ambiente que as cerca.
Ambas as formas são necessárias e precisam coexistir em equilíbrio.
Acretido faltar ao ser humano a capacidade de criar relações simbióticas, cooperativas, em sua busca por recursos escassos.

Em que mundo vivem os humanos hoje?

Vivemos na sociedade moderna, onde a ordem é competir. As empresas competem interna e externamente, competem seus funcionários por melhores cargos, competem em seu mercado... Mas a questão é: Será que estamos dotando todo este sacrifício competitivo de um propósito interessante?
O propósito da competição não pode ser apenas regular o mercado e desenvolver produtos e tecnologias, se, estes, mercado, produtos e tecnologia, não gerarem em si melhores condições de existência coletivas. Esta é a grande incopetência capitalista.
Competimos e nos tornamos cada vez mais eficientes individualmente, mas, nossa vida em sociedade se torna mais difícil de ser vivida, hoje, no capitalismo, não há propósito racional fora de uma lógica individual, o que Weber(1) chamaria de "viver uma racionalidade individual dentro de uma irracionalidade coletiva".
Daí os efeitos colaterais desta irracionalidade: A eterna falta de tempo, as mazelas sociais que nos assolam, a angústia, a ansiosidade moderna, o desemprego...
O homem precisa juntar ao competir, o cooperar, e, desenvolver relações simbióticas entre viver e produzir, para dar sentido a toda esta competição.
O grande desafio é levar a dinâmica de cooperação social para dentro da estrutura produtiva capitalista. Fazer as empresas competirem para construírem uma sociedade melhor.

Como trilhar o novo caminho das pedras?

A transformação do sistema no qual vivemos hoje se dará através de iniciativas das organizações não governamentais, de empresas e de políticas macro-econômicas. Criando culturalmente novas curvas de demanda por produtos que em sua concepção, final e produtiva, agreguem valor à sociedade.
Novas perspectivas criativas, de como as empresas podem cooperar com a sociedade a fim de melhorar a vida de todos os seres que nos cercam.
Criar produtos nos quais estejam contidos valores de uso e de troca que rompam a lógica do indivíduo. A partir daí, desta cooperação, estaremos começando a construir as relações simbióticas que o capitalismo carece.
Usar a mídia para formar padrões de consumo que sigam esta tendência, e usar a técnica para tornar tais produtos mais baratos e eficientes frente aos seus consumidores, são a chave deste novo mundo.
A metrópole é o resultado da fusão de milhões de produtos, precisamos fazê-los pensando não apenas no segundo do consumo, mas na sua relação profunda, que se traça na arquitetura das relações sociais. A diminuição do impacto ambiental, seja em ambiente humano ou natural será o resultado óbvio de um processo que tem em si uma causa coletiva.
Dotar as empresas desta amplitude de visão, auxiliá-las para que tornem sua competitividade mais saudável, para seus lucros e para sua comunidade. Ensiná-las a cooperar sob novas perspectivas sociais, que não impliquem em sacrifícios de marketing, mas que, tais iniciativas, façam parte de seus investimentos naturais, que façam parte de seus produtos... É preciso mudar a estrutura cultural do capitalismo.

Consulte: WEBER, Max - A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. Coleção
Os Pensadores, São Paulo, Ed. Abril Cultural, 1980

 

 

 
   


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