Um mundo que aplicasse as os princípios básicos da beleza seria
um mundo mais prospero?
Estas idéias partem de um artigo publicado na revista Americana Wired
focada em tecnologia, economia e cultura e apontada como uma publicação
visionária e respeitada ao investigar e debater as possibilidades infinitas
do gênio humano.
O artigo o qual me refiro destaca o trabalho do arquiteto Christopher Alexander
que argumenta que a beleza da obra humana se baseia em alguns princípios
e padrões fundamentais. Suas idéias foram apresentadas pela primeira
vez em 1977 no livro A Pattern Language. Desde então suas idéias
e concepções vêm influenciando gerações de
designers, engenheiros, estilistas e até programadores de softwares e
jogos informáticos.
Há dois anos, Alexander, 67, lançou um novo tratado, desenvolvido
ao longo de três décadas, polêmico, porém ambicioso,
The Nature of Order: An Essay on the Art of Building and the Nature of the Universe.
Em quatro volumes e 2150 páginas ele aprofunda as propriedades que, segundo
ele, estabelecem as regras de beleza na natureza, na arte e nos projetos de
construção.
Ao investigar uma nova competitividade colaborativa o Insec entende que a beleza
faz parte da construção de uma nova ordem para as organizações
na construção de uma humanidade mais prospera e eu me sinto muito
feliz ao compartilhar as sensações vivenciadas da primeira vez
que cruzei com o trabalho desse revolucionário artista e pensador.
Se toda essa profusão de entendimento da beleza e da estética
tivesse que ser resumida em uma página de newsletter eu destacaria esses
15 princípios fundamentais da beleza identificadas por Christopher Alexander:
1. Níveis e escalas - Arranjos balanceados de tamanhos e formas
2. Centro - Uma obra bela oferece uma área de foco e peso.
3. Limites - As bordas estimulam a atenção no centro.
4. Repetição e alternância - Ao repetir elementos e formas
se cria um senso de harmonia.
5. Espaço positivo – O pano de fundo (contexto) deveria reforçar
e não desviar a centralidade da obra.
6. Boa forma – Formas simples acalmam e tiram a tensão do espírito
7. Simetria - Simetria inspirada nas estruturas orgânicas, mais do que
a precisa simetria geométrica.
8. Profunda conexão – Conexões recorrentes promovem a graça
e a unidade.
9. Contraste - A unidade e obtida ao se expor os opostos.}
10. Gradiente - O uso proporcional dos espaços da uma sensação
melodiosa.
11. Relevos - Texturas e imperfeições proporcionam uma vivência
única de vida.
12. Eco – A similaridade traz um ambiente familiar e acolhedor.
13. Vazio - Espaços vazios oferecem calma e sensação de
tempo.
14. Simplicidade – Ao usar materiais básicos, porém impactantes.
15. Continuidade – O design deveria conectar e complementar, nunca excluir.
Arão Sapiro
Consultor e pesquisador de empresas na área de planejamento estratégico.
Graduado, mestre e doutorando pela EAESP da Fundação Getúlio
Vargas, com especialização pela FEA-USP em Sistemas de Informação.
Professor do MBA da FGV e IBMEC.
E-mail: asapiro@insec.com.br