Existem várias maneiras de enxergarmos o mundo, todas válidas em
seus respectivos contextos, e cada uma delas influenciando diretamente nossas
ações. Essas visões são de certo modo fruto de nossa
vivência e da interação com o ambiente que nos rodeia e ao
mesmo tempo de como nos envolvemos com esse mesmo ambiente. Ou seja, nossa visão
de mundo decorre de uma tentativa de adaptação ao que entendemos
como realidade.
São várias as leituras que uma pessoa pode ter do mundo. Cito
três, para exemplificar. Tem pessoas que vêem o mundo de forma ameaçadora
e diante de tanta truculência optam por moldar suas vidas a partir de
fortes estruturas de defesa. Tem também aquelas que consideram o nosso
planeta como um amontoado de coisas desorganizadas e fruto da inconstância
do próprio homem, e que criam seus próprios valores buscando separar
o joio do trigo, as verdades das mentiras, a ordem da desordem – ou seja,
criam seus mundos a partir dessa visão muito particularizada e interpretativa.
E há ainda os que o enxergam como um mundo abundante, repleto de oportunidades,
que deve ser usufruído a partir de uma vida feliz e intensa.
E não se pode esquecer daquelas pessoas inconformadas, por exemplo,
com as desigualdades sociais e que pautam suas lutas por justiça social,
por igualdade para todos. E também daquelas que se afligem com os riscos
da destruição da vida em nosso planeta, das ameaças que
vem pelo ar, pela terra e pela água, das ações inconseqüentes
e danosas, das empresas irresponsáveis social e ambientalmente. São
pessoas hoje sensibilizadas para uma questão central em nossos dias,
que é a Sustentabilidade.
Algumas vezes o mundo molda ou transforma nossa visão de acordo com
as necessidades que nos impõe, como, por exemplo, quando vivemos em um
lugar escasso e precisamos nos preocupar com a sobrevivência física,
ou em um mundo com muita violência e precisamos nos defender. Mas em outras,
nós mudamos o mundo a partir de nossas próprias visões,
necessidades e interações, levando contribuições
e ações mais integradas para a evolução da humanidade.
Podemos nos adaptar à realidade que nos cerca, ou podemos tentar enxergá-la
de maneiras distintas, buscando ampliar nossa visão. A questão
central é refletir se nossas opções estão sendo
por uma ação reativa ou por uma ação pró-ativa.
Como estão suas práticas e que tipo de realidades e relacionamentos
você ou sua organização estão construindo nos ambientes
em que estão inseridos? O que enxerga lhe satisfaz?
Em um mundo tão diverso e com questões tão complexas,
como devemos nos preparar para criar novas realidades e responder às
novas questões que estão surgindo? Qual o papel das organizações
na construção dessa nova realidade, elas que são muitas
vezes formadoras de opinião e responsáveis diretas por grande
parte da visão que a sociedade tem do mundo?
Pequenos passos podem ser passos decisivos, como disse o astronauta Neil Armstrong,
ao pisar na Lua pela primeira vez: “Foram apenas alguns passos na lua,
mas um grande passo para a humanidade”.
Os próximos passos para a humanidade podem ser revelados pelas soluções
que encontremos para resolver os problemas e questões que enfrentamos
atualmente. Antecipá-las e praticá-las pode ser o diferencial
que o ajude a melhorar o presente e até criar cenários futuros.
Mas lembre-se que qualquer mudança começa pela mudança
de quem quer fazê-la, como já dizia Gandhi, seja a mudança
que quer ver no mundo.
Narjara Ribeiro - Psicologia, formada no modelo Spiral Dynamics (SA) e em formação na Biologia do Conhecer pelo Instituto Matriztica (CH) desde 2004. Especialista na construção de relacionamentos, desenvolvimento de performance em indivíduos, grupos e organizações e gestão de mudanças.
E-mail:nribeiro@insec.com.br