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Editorial
 

   
 

EM BUSCA DAS OPORTUNIDADES: O QUE GEORGE SOROS E A CHAPADA DOS VEADEIROS TEM EM COMUM

Chega!!! Já é hora de parar de lamentar-se do que aconteceu.

É verdade, as empresas, os investidores e as pessoas de um modo geral perderam muito, nos últimos meses, com a fenomenal desvalorização dos ativos.

Só no setor de telecomunicações é calculado um rombo de U$ 1 trilhão. Pelo menos esse é o valor da exposição total dos bancos como credor de muitas empresas que agora terão dificuldade de rolar seus financiamentos, pois seus investimentos, tão cedo, não terão o retorno esperado. A explicação está no fato de que a oferta mundial potencial de serviços de telecomunicações, representada pela capacidade de transmissão aumentou 500 vezes nos últimos dois anos, enquanto que a demanda somente quadruplicou no mesmo período.

Hoje há uma enorme pressão por práticas gerenciais transparentes, pois também nesse mesmo período de dois anos não se sabe ao certo quantas empresas, em quantos setores, tiveram que lançar mão de estratagemas e arranjos contábeis para aparentar perspectivas de sucesso a crédulos investidores, pois do contrário estariam antecipando uma fuga de capitais, tão ou mais rápida quanto foi a sua chegada.

Por seu lado, os investidores também ajudaram no processo do ¨me engana que eu gosto¨, na medida em que praticaram uma irracionalidade exuberante e não se deram conta, ou não quiseram se dar, que um cenário de eterna prosperidade era algo historicamente descabido. Foram tempos em que imaginava que a Internet dobraria de tamanho a cada 100 dias.

E, finalmente, o individuo que perde duas vezes nesta situação. Primeiro, enquanto profissional, acompanha sobressaltado os programas de dispensas promovidos por quase todas as empresas, procurando se ajustar aos novos tempos. E perde também por que o ritmo da economia cai como um todo, levando ladeira abaixo seu poder de compra.

Aí veio o tempo do paraíso prometido, mas que se mostrou um verdadeiro inferno. A maioria das previsões sobre a nova economia não se concretizaram, pois estavam suportadas por falácias sobre a aceitação da nova tecnologia. Muitas empresas, por outro lado, tiveram suas práticas contábeis denunciadas e estão tendo que percorrer uma verdadeira via crucis de penitências, esclarecendo quais, de fato, são suas perspectivas.

Nessa hora, a receita clássica dos financistas recomenda um imediato direcionamento das aplicações em ativos seguros, preferencialmente as Letras do Tesouro Norte-Americano. Todo investimento passa a ser arriscado e portanto desaconselhável: empresas multinacionais, países emergentes ou bolsas de valores e mercadorias. Outra grande irracionalidade!

Não se pode culpar o capitalista investidor. Afinal essa é sua natureza e o dinheiro, todos sabem, é covarde. Cabe ao empreendedor tomar as rédeas dos acontecimentos e buscar sua energia na ilimitada capacidade de criar e reconhecer oportunidades. Se o investidor se encontra pateticamente travado é preciso encontrar uma linha de diálogo com ele.


Saídas para a Novíssima Economia

O trauma é muito grande, não há dúvida. Ninguém poderia supor a grande armação que estava sendo montada por executivos da Enron ou WorldCom, nem que os investimentos realizados acabariam por prover uma superprodução potencial, com a conseqüente briga de faca e foice entre empresas de um mesmo setor buscando garantir as parcelas desproporcionalmente menores de mercado quando comparadas com a oferta disponível a estes mesmos mercados.

Porisso a competência para reanimar os mercados deverá ser caracterizada por uma energia sem fim. Há muitas oportunidades de grande potencial de retorno esperando para receber a atenção dos atemorizados investidores. Só que desta vez o sucesso dos novos empreendimentos não poderá ser lastreado em construções contábeis não claramente explicadas.

É chegada a hora dos empreendimentos verdadeiramente de valor. E dimensionados para a velocidade da aceitação dos respectivos mercados. Não serão mais mega oportunidades como as que a cada tempo polarizaram e carrearam os recursos disponíveis. Pelo contrário, os investidores deverão aprender a administrar carteiras de investimentos muito mais variadas e de menor porte. As aplicações serão muito mais assemelhadas à incisão precisa de um cirurgião do que uma grande penetração produzida na exploração de petróleo.


Mas onde estão as Grande Oportunidades?

Quem já ouviu falar no Alto Paraíso em Goiás, Brasil? Enquanto cansados investidores procuram um meio de recuperar o que perderam nas empresas ponto.com, a região do Alto Paraíso espera placidamente por investimentos no turismo. A 230km de Brasília, Alto Paraíso (GO) é o principal pólo de turismo ecológico no centro-oeste brasileiro, devido ao Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, situado a poucos quilômetros. É um pólo místico onde se fazem representar as correntes religiosas não-tradicionais e esotéricas. Sua encantadora e penetrante natureza serve de estímulo à imaginação dos que esperam receber ali, algum dia, os extraterrestres.

O investidor deverá ser muito mais um garimpeiro de oportunidades, se quiser prosperar e escapar da inevitável derrocada dos investimentos recentes. Por exemplo: Os aeroportos precisam ser modernizados e ampliados, o desenvolvimento de matérias-primas alternativas precisa ser rapidamente ser implementado, um novo tipo de cidade não terá problema para encontrar compradores para seus imóveis e inúmeras oportunidades podem ser encontradas no setor de educação.

Sem dúvida há muitas oportunidades além dos atuais limites, mas como encontrá-las? Encontrar novas oportunidades é como encontrar uma agulha num palheiro. Isso difere da pesquisa de marketing, a qual descreve o próprio palheiro. O objetivo é aprender dos outros produtos, dos recursos de marketing, das habilidades tecnológicas, operacionais e organizacionais, na esperança que o conhecimento possa ser usado para melhorar a performance de nossa própria sociedade.

Deve-se procurar por clientes que são usuários iniciais dos novos produtos. Tais clientes são importantes porque seus interesses pioneiros freqüentemente marcam o curso de um futuro desenvolvimento. Quais são os clientes mais inovativos? Quais são as vantagens que eles querem de seus fornecedores? Os distribuidores mais inovativos estão familiarizados com suas necessidades, nas áreas nas quais eles poderiam contribuir?

Novas oportunidades podem, também, ser achadas contando ao mundo o que se está procurando. Esta estratégia pode ser útil quando a informação procurada está mundialmente espalhada ou quando o interesse não seja atrapalhado por ser conhecido pelo público.

Quando uma “procura” excede a capacidade de um indivíduo de uma organização, sugere-se a criação de grupos de procura de informação. Para se ter uma idéia, na indústria de computação, o montante disponível de softwares, freqüentemente, determina o nível de venda de equipamentos. Aproximadamente, um terço de todo software rodando em computadores de médio e grande porte, vem de fontes de países emergentes.

Os grupos de procura são mais capazes de interpretar as implicações de novos desenvolvimentos dentro de seus campos e podem perceber coisas que outros não percebem. Para empresas em ambientes de mudanças, a “procura” deveria ser parte do trabalho de todos em busca de informações.

Tirar vantagem temporal de uma nova informação não é simples. A informação que se origina fora do contexto da empresa, chega distorcida e de forma irregular e é preciso saber codificar as informações.

“Procura” é uma atividade criativa que aparente ser fácil. Mas onde procurar é que é o problema. Como antecipar um valor em potencial? Como combinar os fatos? Como ter a curiosidade de procurar em lugares não convencionais? As pessoas que são boas em “procura” são naturalmente “perguntadoras” e entendem todas as necessidades de sua empresa.

Infelizmente, algumas culturas corporativas não estão acostumadas em capturar e trabalhar informações que estão além do dia-a-dia. Algumas empresas até proíbem seus funcionários de trocarem informações fora da empresa.


A grande virada, e a única!

O mundo dos negócios e a da economia se vê diante de uma escolha entre alternativas possibilidades. A primeira alternativa corresponde a sucumbir diante do inevitável prejuízo que a descompromissada atitude diante de maravilhosas previsões levou e para consertar se tentará alguma saída ainda mais danosa à felicidade coletiva, na vã esperança de alguns de salvarem-se.

Mas há uma outra possibilidade: Quem sabe se verdadeiros empreendedores motivados por seus anseios de construção e presenciando um desarranjo global não se iluminem e resgatem de sua essência a energia para alertar a míopes investidores que muitas oportunidades aí estão?

Será necessário somente uma nova visão de negócios e a promoção de uma nova atitude em relação aos mercados e às sociedades. É preciso, enfim, buscar as verdadeiras fontes do valor das coisas.

 
   


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