ADMIRÁVEL MUNDO NOVO DOS EXCLUÍDOS Código
genético humano decifrado e, agora, brinquedo nas mãos de cientistas,
que aceleram um progresso quase mítico e transportam a ficção
do cinema para nosso cotidiano. Uma perspectiva anunciada de imortalidade para
a humanidade.
A
robótica torna-se parte do dia-a-dia do homem, e a comunicação
global torna-se possível através de mensagens enviadas a um custo
basicamente nulo. Isto é o presente. O que dizer daqui a um ano, três
anos? Mesmo com tanta informação, conhecimento e tecnologia disponíveis
pode-se prever esse futuro?
Testemunhamos
este fantástico avanço e é inegável que grandes
revoluções estejam ocorrendo em todos os seus setores. Os fatores
Produto, Preço, Promoção e Distribuição (Place)
foram transformados. Agora, como se fosse um astro-rei, o cliente é orbitado
por esses fatores e, conseqüentemente, impõe uma conduta específica
a cada uma deles.
Nesse
contexto, a gestão de marketing está relacionada aos processos
de criação ou identificação de valor. Nesse processo
devem-se implementar políticas que assegurarão a obtenção
dos resultados estratégicos esperados pela empresa.
Ao
estudar o ambiente de negócios o executivo ou executiva ponderará
as oportunidades à disposição da empresa ou organização,
avaliando ao mesmo tempo as ameaças que a empresa ou organização
enfrentará ao tentar realizar os propósitos estabelecidos para
a sua gestão que é, então, um processo de mudança
na empresa ou organização, na medida em que o conhecimento do
ambiente de negócios gerado pelo sistema de inteligência de negócios
for aplicado na criação, identificação, desenvolvimento
e entrega de valor.
E
como em todo processo de mudança, deve-se enfrentar todos os problemas
que qualquer projeto de mudança da empresa enfrenta. Assim, o gestor
deverá atuar como líder nos esforços de promover mudanças
no modo como colaboradores, parceiros e mesmo compradores percebem as tendências
e deverá ajudá-los a perceber o valor demandado por cada mercado
e incentivá-los a se comprometerem com os novos e antigos projetos da
empresa. Deverá enfim alinhá-los, incentivando a alta performance
de todos.
A
gestão deverá atuar sobre um conceito que começa a fazer
sentido, a exclusão dos mercados. A exclusão dos mercados mais
debatida é aquela provocada pelo reduzido ou insignificante poder de
compra. Esse fator já elimina a maioria da população mundial
do ciclo regular de oferta de produtos e serviços industrializados.
Mas
um outro tipo de exclusão, pouco discutido, é o provocado por
outros fatores que caracterizam a modernidade. Por exemplo, para uma produção
anual estimada em 70 milhões de carros no mundo, há menos do que
60 milhões de clientes, e outros 10 milhões que optaram por outras
prioridades, como educação ou viagens. No fundo de nossos oceanos,
encontram-se depositados milhas e mais milhas de cabos de fibras óticas
esperando para transmitir comunicações de dados, voz ou vídeo
que simplesmente não são transmitidos, por enquanto.
As
companhias aéreas, com raras exceções, se encontram deficitárias
por falta de passageiros que têm poder de compra, mas que simplesmente
optaram por um outro meio de se comunicar e viajar. Enquanto isso, as companhias
de telefonia lidam com milhares de usuários inadimplentes ou que deixaram
seus celulares em casa. Assim também acontece com a industria farmacêutica,
que claramente não sabe o que fazer para vender mais remédios
num ambiente onde, apesar de tudo, a saúde pública de prevenção
está tornando mais saudáveis as populações e está
controlando um sem números de doenças e epidemias.
O
principal problema econômico, neste inicio de milênio, é
o excesso de capacidade na maioria dos setores de atividades em todo mundo.
Escassos são os compradores, não os produtos.
As
organizações devem reconhecer que a preferência do cliente
é mais uma questão de prioridades do que simples exercício
da escolha. O conceito de que o concorrente não era somente o fabricante
ou o prestador de serviços de algo similar já era conhecido pelos
gestores de marketing. Por exemplo, alguém pode optar em ler um bom livro
e não sair para comer; neste caso livros e restaurantes são concorrentes.
Mas,
o que acontece hoje em dia é que as escolhas não são tão
simples como já foram um dia. Os produtos e serviços são
oferecidos de modo a serem ou parecem indispensáveis. Uma pessoa moderna
e bem sucedida não pode dispensar o celular, o computador, o fitness
ou o curso de inglês, sob pena de ficar para trás.
O
gestor deverá prever estratégias de comunicação
considerando o esforço de todas outras organizações brigando
por um quinhão do exaurido orçamento do comprador. Essa situação
independe do poder de compra.
Para clientes de baixa ou alta renda, sempre haverá produtos e serviços
que se apresentam como essenciais ao padrão de vida referente a cada
nível considerado. Para um office-boy a prioridade pode ser o tênis
de griffe, para a família de classe média pode ser o novo carro
popular para o filho que recém ingressou na faculdade, enquanto que o
cliente de alta renda não poderá viver feliz se não passar
sua temporada anual num Spa da moda. O marketing tem o desafio, agora, de lidar
também com a exclusão das preferências.
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